Prestes a entrar em
mais um ano, e mais uma vez na virada vamos comemorar com nossas tradicionais queimas
de fogos, a chamada pirotecnia (que nome horrível!). Nossa quantas cores,
realmente muito bonito! Sem querer jogar água nos fogos de ninguém, mas parando
pra pensar um pouco, acho que esse “rito de passagem” já não tem o mesmo
brilho. Todo ano persistimos com a mesmice de queimar toneladas de produtos
químicos pelo mundo. E são muitas toneladas, pode acreditar. Ainda bem que só acontece
uma vez a cada ano. Uma contribuição e tanto para nosso ozônio não se sentir
sozinho lá em cima. Passamos o ano inteiro agredindo nosso planeta com atividades
que vemos cada sendo cada vez mais como
comuns, “coisas” de nosso modo de vida considerado “moderno”. Muita queima de
combustíveis fósseis, muito descarte de lixo sólido e resíduos de tudo quanto é
natureza, saturação de nossos esgotos e cursos d’água, muito barulho e muita
luz (energia desperdiçada). Vivemos do exagero, da necessidade inventada, do
desperdício desenfreado. Enquanto alguns se enchem de riquezas inúteis, outros
carecem daquilo que é mais básico. Mas tudo bem, um ano novinho virá, e tudo
vai mudar. É como dizem por ai, e até os mais pessimistas se arriscam. Porque
não né? Longe do pessimismo, e de forma bem realista, sabemos que são fatos
que foram sendo construído ao longo de anos, como a tradição da queima de fogos
também é. Mas porque não mudar, porque não experimentarmos coisas novas? Mudar
alguns hábitos pode ser uma boa ideia. Não precisamos acabar com uma tradição,
mas podemos transforma-la em algo diferente, algo até mais “legal” e sensato
para a época e realidade em que vivemos. Podemos deixar de sustentar a
degradação de nosso planeta com pequenas ações, e se essas ações, por menor que
sejam, acontecerem em escala mundial, teremos então uma grande ação, algo
considerável, uma ação coletiva e para o coletivo. Em tempos ditos tão modernos,
depois de muitas tecnologias desenvolvidas, ainda nos mostramos bastante
retrógrados e até irracionais. Nos apegamos a hábitos impensados e, de certa
forma, chatos e previsíveis. Claro, merecemos comemorar a passagem de mais um
ano e o início de outro cheio de possibilidades, e com muitas expectativas. É
mais que justo. Uma confraternização por novos tempos é realmente muito
importante. Mas acredito também que podemos mais que isso, não precisamos comemorar fazendo uma
festa com a queima de produtos químicos que agridem nossa biosfera. Acredito
que podemos ser mais modernos que isso, que podemos pensar em diferentes formas
de celebrarmos a chegada de um novo ano, com ações que possam aliar alegria e
esperança com respeito e sabedoria diante de nossa casa comum, a Terra. Um
feliz ano novo a todos, e que em meio a nossas esperanças esteja também a da mudança
de mentalidade, maior criatividade e sensibilidade na celebração dos momentos
felizes da vida!
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