A
agricultura familiar detém 75% dos recursos agrícolas no mundo. É crucial,
portanto, aumentar sua produtividade, diversificar os meios de subsistência e
estimular práticas sustentáveis.
A
agricultura familiar deve exercer função cada vez mais importante na luta
global contra a insegurança alimentar, uma vez que mais de 800 milhões de
pessoas no mundo ainda não têm acesso devido a alimentos saudáveis e
nutritivos, afirmaram funcionários das Nações Unidas nesta quinta-feira
(16), em ocasião do Dia Mundial da Alimentação.
As
propriedades agrícolas geridas por famílias detêm cerca de 80% da produção de
alimentos e 75% dos recursos agrícolas no mundo. Por isso, são agentes
essenciais para o desenvolvimento sustentável e para a erradicação da
insegurança alimentar. Além disso, tendem a apresentar rendimento mais elevado
do que produções de maiores dimensões dentro dos mesmos países e ambientes
agroecológicos.
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou a importância dos agricultores
familiares para o desenvolvimento global. “Eles gerenciam a grande maioria das
propriedades agrícolas do mundo. Eles preservam recursos naturais e a
agrobiodiversidade. Eles são o pilar dos sistemas de agricultura e de
alimentação inclusivos e sustentáveis”, disse Ban.
A
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) disse,
em relatório divulgado nesta quinta-feira (16) — Estado da Alimentação e da
Agricultura (SOFA 2014) –, que a agricultura familiar é, assim, confrontada com
um triplo desafio.
Suas
metas devem ser o aumento do rendimento agrícola para responder à necessidade
mundial de segurança alimentar e de melhor nutrição, a sustentabilidade
ambiental para proteger o planeta e a garantia do aumento da sua capacidade
produtiva, além da diversificação dos meios de subsistência que lhes permitam
sair da pobreza e da fome.
Tendo em vista
os objetivos do Dia Mundial da Alimentação, a FAO afirmou que é preciso encorajar
a atenção à produção agrícola e alimentar, a cooperação econômica e técnica
entre países em desenvolvimento e a participação da população rural no seu
processo de desenvolvimento – em especial das mulheres e das categorias menos
privilegiadas.
“Em todos
os casos, os agricultores familiares precisam ser os protagonistas da inovação,
sendo esse o único caminho para que os mesmos tomem posse do processo e as
soluções propostas respondam às suas necessidades”, disse o diretor-geral da
FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.
Além
disso, a agência da ONU defendeu a ampliação dos esforços nacionais,
bilaterais, multilaterais e não governamentais no alcance desses objetivos.
Para isso, afirmou serem essenciais a transferência de tecnologias aos países em
desenvolvimento e o fortalecimento da solidariedade nacional e internacional no
combate à insegurança alimentar, à má nutrição e à pobreza.
Fonte: ONU
Brasil
Publicado
no Portal EcoDebate, 17/10/2014
Disponível em: http://www.ecodebate.com.br/2014/10/17/colocar-os-agricultores-familiares-em-primeiro-para-erradicar-a-fome/
Acesso em: 18/10/2014